«Imaginem esta palavra phase, escripta assim: fase. Não nos parece uma palavra, parece-nos um esqueleto (...) Affligimo-nos extraordinariamente, quando pensamos que haveriamos de ser obrigados a escrever assim!»
Alexandre Fontes, A Questão Orthographica, Lisboa, 1910, p. 9.

sexta-feira, março 09, 2012

"Mais bem" e "melhor"


Às vezes, quando uso a expressão «mais bem», dou por mim a reparar na cara de espanto dos meus interlocutores. Sei que causa estranheza para muitos,mas vou tentar explicar o seu uso.
A maioria das pessoas opta por usar «melhor», por considerar uma solução mais correta ou, na dúvida, mais segura.
Vejamos:

1.      "Melhor" corresponde ao comparativo de superioridade do adjectivo “bom” e do advérbio “bem”. É uma forma irregular, tal como “maior” em relação a “grande.

2.      O adjectivo “bom” não admite a forma regular do grau comparativo e superlativo:
             Não podemos dizer “mais bom do que” nem “o mais bom”.
 
3.      O advérbio “bem” admite ambas as formas (“melhor” e “mais bem”) dependendo da frase.

3.1. Quando o advérbio “bem” modifica o verbo, deve usar a forma irregular do comparativo (melhor):
Ex.: Eu danço bem, mas o José dança melhor.

 3.2. Quando o advérbio “bem” modifica um adjetivo participial (que resulta do Particípio Passado de um verbo) já não deve flexionar no grau comparativo ou superlativo irregular:
Ex.: Apesar do José dançar melhor, eu estou mais bem preparada do que ele.

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